Avaliação panorâmica da doença de chagas na América Latina

Avaliação panorâmica da doença de chagas na América Latina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29327/2335218.1.3-8

Resumo

O presente trabalho evidencia os aspectos epidemiológicos, diagnósticos e tratamentos mais importantes da Doença de Chagas na América Latina, especialmente no Brasil. Embora descrita em 1909 pelo pesquisador Carlos Chagas, ainda representa uma doença recorrente, negligenciada e subnotificada. Esta afecção é conhecida como Tripanossomíase Americana, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, tendo predileção pelos sistemas cardiovascular e digestivo. Na fase aguda, é caracterizado por um amplo espectro clínico, podendo o hospedeiro apresentar febre, cefaleia, edema, apatia, astenia, linfadenite, hepatoesplenomegalia, chagoma de inoculação e edema bipalpebral unilateral. Na fase crônica, esse protozoário pode permanecer por décadas no organismo, resultando em cardiomegalia, insuficiência cardíaca, assim como megaesôfago e megacólon. A transmissão pode ser via vetorial (clássica), transfusão sanguínea, transmissão congênita, transplante de órgãos, acidentes de laboratório, ou mesmo via oral, a partir da cana de açúcar e açaí, sendo esta a via mais incidente nos últimos anos. O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise de como ocorre o contágio juntamente com o mecanismo fisiopatológico envolvido na aquisição da doença de Chagas. Além disso, também permitiu um norteamento acerca dos principais pilares de tratamento, não só na fase aguda como também na fase crônica, sendo ações voltadas principalmente para regiões endêmicas desta afecção.

Referências

AMORIM, D; COSTA, M. Tendência da mortalidade por doenças de Chagas na Bahia: Entre os anos de 2008 a 2018. Research, Society and Development. V.10, n.5, 2021.

BERN C, Messenger LA, Whitman JD, Maguire JH. 2020. Chagas disease in the United States: a public health approach. Clin Microbiol Rev 33:e00023-19.

BRASIL. Guia de Vigilância em saúde. Ministério da Saúde. Brasília, 2017.

BRASIL. Boletim Epidemiológico de Doença de Chagas. Secretaria de Saúde do Governo da Bahia. N.1, Agosto de 2021.

CHAGAS FILHO C. Histórico sobre doença de Chagas. In: Cançado JR (ed) Doença de Chagas. Imprensa Oficial, Belo Horizonte, p. 5-21, 1968.

COURA JR 2008. Doença de Chagas. In: JR Coura (ed), Síntese das doenças infecciosas e parasitárias. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, p. 12-18.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico, v. 46 n. 21, p. 1-9, 2018.

DE LA ROSA, E., PAGLINI-OLIVA, P., PRATO, L. B. et al. Early Detection of Chronic Asymptomatic Chagas Infection. Medical Science Monitor, v. 24, p. 4567-4571, 2018.

EDWARDS, M.S.; MONTGOMERY, S.P. Congenital Chagas disease: Progress toward implementation of pregnancy-based screening. Curr. Opin. Infect. Dis. 2021, 34, 538–545.

FERNANDES MC, ANDREWS NW. Host cell invasion by Trypanosoma cruzi: a unique strategy that promotes persistence. FEMS Microbiol Rev. 2012 May;36(3):734-47. doi: 10.1111/j.1574-6976.2012.00333.x. Epub 2012 Mar 13. PMID: 22339763; PMCID: PMC3319478.

GURGEL-GONÇALVES, R. et al. TriatoDex, an electronic identification key to the Triatominae (Hemiptera: Reduviidae), vectors of Chagas disease: Development, description, and performance. PLoS ONE, [s. l.], v. 16, n. 4, p. 1–22, 2021. Doi 10.1371/journal.pone.0248628

HALL, B.S.; WILKINSON, S.R. 2011. Activation of benznidazole by trypanosomal type I nitroreductases results in glyoxal formation.

Antimicrob. Agents Chemother. 56; 115-123.

LANA M, Tafuri WL, Trypanosoma cruzi e Doença de Chagas. In: Neves DP. Parasitologia humana. 12ed. São Paulo: Atheneu; 2012. p. 89-114.

MILES MA. Orally acquired Chagas disease: lessons from an urban school outbreak. J. infect. Dis. 2010;201(9):1282-4. DOI: https://doi.org/10.1086/651609.

MIRANDA, P. et al. Seroprevalence of Trypanosoma cruzi infection among blood donors in the state of Bahia, Brazil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. V. 52, 2019.

MORETTI E. Antigenic relationships between Trypanosoma cruzi and Trypanosoma. 1987. Rev Iber Parasitol 47: 15-21.

MOURA, S; MOURA, A; OLIVEIRA, N. Perfil epidemiológico da mortalidade por doença de chagas na Bahia. Revista Multidisciplinar de Saúde. V.2, n.1 2021.

SCHMUNIS GA, Yadon ZE. Chagas disease: a Latin American health problem becoming a world health problem. Acta Trop. 2010 Jul-Aug;115(12):14-21. doi: 10.1016/j.actatropica.2009.11.003. Epub 2009 Nov 20. PMID: 19932071.

SIMIONI, P; LIMA, G; BERRO, E. et al. Métodos de inovação para tratamento de chagas. Revista Ciências e Inovação. V.4, n.1, 2019.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Chagas disease (American

trypanosomiasis). Fact sheet N°340. 2017. Acesso em: 23 de agosto de 2017.

Downloads

Publicado

2023-09-11

Como Citar

1.
Matos dos Santos M, Lúcio Rodrigues Passos D, Oliveira dos Anjos D. Avaliação panorâmica da doença de chagas na América Latina. REBESBE [Internet]. 11º de setembro de 2023 [citado 19º de setembro de 2024];1(3). Disponível em: https://rebesbe.emnuvens.com.br/revista/article/view/75

Edição

Seção

Artigos
Loading...