Violência obstétrica e a subjugação feminina: uma análise a partir da interseccionalidade gênero, raça e classe social
DOI:
https://doi.org/10.29327/2335218.1.2-10Palavras-chave:
Gênero, Violência, Feminismo, Obstetrícia, Racismo EstruturalResumo
A presente pesquisa versa sobre a violência obstétrica sob a luz da interseccionalidade de gênero, raça e classe social. Para tanto, o problema foi analisado de diferentes perspectivas, desde a construção histórica até a atual conjuntura, comprovando que a temática é ainda mais complexa por relacionar-se, intrinsecamente, com outras questões socioeconômicas. Analisou-se a naturalização de tais práticas nas instituições obstétricas e a perpetuação desta cultura, bem como o psicológico da parturiente tendo em vista a sua importância. O estudo foi realizado por meio de uma revisão sistemática de literatura, a partir de informações coletadas em artigos disponíveis nas plataformas UpToDate, Google, Scielo e PubMed. A relevância do tema vai desde a necessidade científica de abordá-lo até a possibilidade de um novo olhar mais humanizado pelos acadêmicos e profissionais da área. Dessa forma, essa pesquisa objetivou verificar a existência de abusos obstétricos na rede de saúde, com o intuito de dar visibilidade à problemática evidenciada, por vezes negligenciada e omitida pelas autoridades competentes. Ademais, verificar possíveis fatores que possam contribuir para a prática ou não da violência obstétrica, tais como cor, etnia, classe social, grau de escolaridade, faixa etária entre outros fatores.
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