Violência obstétrica e a subjugação feminina: uma análise a partir da interseccionalidade gênero, raça e classe social

Violência obstétrica e a subjugação feminina: uma análise a partir da interseccionalidade gênero, raça e classe social

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29327/2335218.1.2-10

Palavras-chave:

Gênero, Violência, Feminismo, Obstetrícia, Racismo Estrutural

Resumo

A presente pesquisa versa sobre a violência obstétrica sob a luz da interseccionalidade de gênero, raça e classe social. Para tanto, o problema foi analisado de diferentes perspectivas, desde a construção histórica até a atual conjuntura, comprovando que a temática é ainda mais complexa por relacionar-se, intrinsecamente, com outras questões socioeconômicas. Analisou-se a naturalização de tais práticas nas instituições obstétricas e a perpetuação desta cultura, bem como o psicológico da parturiente tendo em vista a sua importância. O estudo foi realizado por meio de uma revisão sistemática de literatura, a partir de informações coletadas em artigos disponíveis nas plataformas UpToDate, Google, Scielo e PubMed. A relevância do tema vai desde a necessidade científica de abordá-lo até a possibilidade de um novo olhar mais humanizado pelos acadêmicos e profissionais da área. Dessa forma, essa pesquisa objetivou verificar a existência de abusos obstétricos na rede de saúde, com o intuito de dar visibilidade à problemática evidenciada, por vezes negligenciada e omitida pelas autoridades competentes. Ademais, verificar possíveis fatores que possam contribuir para a prática ou não da violência obstétrica, tais como cor, etnia, classe social, grau de escolaridade, faixa etária entre outros fatores.

Referências

AMORIM, Liliane Pereira; TÁRREGA, Maria Cristina Vidotte Blanco. O acesso à terra: a Lei de Terras “1850” como obstáculo ao direito territorial quilombola. Emblemas, v. 16, n. 1, 2019. Disponível em: < https://revistas.ufg.br/emblemas/article/view/56113>. Acesso em 07 ago. 2020.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BARNHILL, J.W. Visão geral dos transtornos de ansiedade. Manual MSD. 2018. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/ansiedade-e-transtornos-relacionados-a-estressores/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-de-ansiedade>. Acesso em 07 ago. 2020.

BRANDT, Gabriela Pinheiro et al. Violência obstétrica: a verdadeira dor do parto. 2018. Disponível em: <https://herrero.com.br/files/revista/file2a3ed78d60260c2a5bedb38362615527.pdf>. Acesso em 17 set. 2022

CABRAL, Stella Mari de Souza Colhado; PEREZ, Deborah Karolina. Violência obstétrica: produção científica de psicólogos sobre o tema. ECOS-Estudos Contemporâneos da Subjetividade, v. 9, n. 2, p. 270-283, 2020. Disponível em:

<http://www.periodicoshumanas.uff.br/ecos/article/view/2872/1660>. Acesso em 07 ago. 2020.

CAMPBELL, Colleen. Medical violence, obstetric racism, and the limits of informed consent for Black women. J. Race & L, v. 47, 2021.Disponível em: <https://repository.law.umich.edu/mjrl/vol26/iss0/4>. Acesso em 24 set. 2022.

CARDOSO, G.V.D.S et al. Plano de parto e nascimento: benefícios ao binômio mãe-bebê. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research – BJSC. Maceió, Alagoas, Brasil. Jan 2019. Disponível em: <https://www.mastereditora.com.br/periodico/20190206_202208.pdf>. Acesso em 07 ago. 2020

CARVALHO, Mariane Teixeira; BENINCASA, Miria. Depressão pós-parto e afetos predominantes na gestação, parto e pós-parto. Interação em Psicologia, v. 23, n. 2, 2019. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/psicologia/article/view/57188>. Acesso em 07 ago. 2020.

CONTE, Aline Shirazi. Dimensão socioambiental e protagonismo da parturiente. 2019. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. Disponível em: <https://teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100134/tde-30042019-134614/publico/dimensaosocioambiental.pdf>. Acesso em 13 de mar. 2019.

CRENSHAW, Kimberlé. Demarginalizing the intersection of race and sex: A black feminist critique of antidiscrimination doctrine, feminist theory and antiracist politics. In: Feminist legal theories. Routledge, 2013. p. 23-51. Disponível em: <http://chicagounbound.uchicago.edu/uclf/vol1989/iss1/8>. Acesso em 13 mar. 2019.

CUNHA, Barbara Madruga. Violência contra a mulher, direito e patriarcado: perspectivas de combate à violência de gênero. XVI Jornada de Iniciação Científica de Direito da UFPR (1-2 de octubre de 2014)(en línea)[Fecha de consulta: 17.03. 2017] http://www. direito. ufpr. br/portal/wp-content/uploads/2014/12/Artigo-B% C3% A1rbara-Cunha-classificado-em-7% C2% BA-lugar. pdf, 2014. Acesso em 13 de mar. 2020.

CURI, Paula Land; BAPTISTA, Júlia Gonçalves Barreto. A medicalização do corpo de mulher e a violência obstétrica. ECOS-Estudos Contemporâneos da Subjetividade, v. 8, n. 1, p. 123-136, 2018. Disponível em: <http://www.periodicoshumanas.uff.br/ecos/article/view/2092/1537>. Acesso em 25 jul. 2020.

DINIZ, Simone Grilo et al. Abuse and disrespect in childbirth care as a public health issue in Brazil: origins, definitions, impacts on maternal health, and proposals for its prevention. Journal of Human Growth and Development, v. 25, n. 3, p. 377-382, 2015. Doi: http://dx.doi.org/10.7322/jhgd.106080. Acesso em 05 ago. 2020.

ESTUMANO, Vanessa Kelly Cardoso et al. VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO BRASIL: CASOS CADA VEZ MAIS FREQUENTES: OBSTETRIC VIOLENCE IN BRAZIL: INCREASINGLY FREQUENT CASES. Revista Recien-Revista Científica de Enfermagem, v. 7, n. 19, p. 83-91, 2017. Disponível em: <https://periodicos.unifap.br/index.php/estacao/article/view/1592>. Acesso em 5 ago. 2020.

VENTURI JUNIOR, Gustavo; GODINHO, Tatau. Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado uma década de mudanças na opinião pública. 2013. Disponível em: <https://apublica.org/wp-content/uploads/2013/03/www.fpa_.org_.br_sites_default_files_pesquisaintegra.pdf>. Acesso em 25 fev. 2020.

GIL, Suelen Tavares. Breve análise sobre a violência obstétrica no Brasil. Colóquio Nacional Representações de Gênero e suas Implicações, 2000. Disponível em: /scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=viol%C3%AAncia+obst%C3%A9trica+no+brasil oq=viol%C3%AAncia+ob#d=gs_qabs&u=%23p%3D3NFs4lL1p98J>. Acesso em 06 ago. 2020.

GOMES, A.S. et al. Renascimento do parto: reflexões sobre a medicalização da atenção obstétrica no Brasil. 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71672018000502594&script=sci_arttext&tlng=pt#aff3>. Acesso em 02 mar. 2020.

HIDALGO-LOPEZOSA, Pedro; RODRÍGUEZ-BORREGO, Maria Aurora; MUÑOZ-VILLANUEVA, Maria Carmen. Are birth plans associated with improved maternal or neonatal outcomes?. MCN: The American Journal of Maternal/Child Nursing, v. 38, n. 3, p. 150-156, 2013. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23625102/>. Acesso em 02 mar. 2020.

LEAL, Maria do Carmo et al. A cor da dor: iniquidades raciais na atenção pré-natal e ao parto no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 33, 2017. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csp/2017.v33suppl1/e00078816/. Acesso em 25 fev. 2020.

LEAL, Maria do Carmo et al. Intervenções obstétricas durante o trabalho de parto e parto em mulheres brasileiras de risco habitual. Cadernos de Saúde Pública, v. 30, p. S17-S32, 2014. DOI: http:// dx.doi.org/10.1590/0102-311X00151513. Acesso em 05 ago. 2020.

LIMA, Kelly Diogo de; PIMENTEL, Camila; LYRA, Tereza Maciel. Disparidades raciais: uma análise da violência obstétrica em mulheres negras. Ciência & Saúde Coletiva, v. 26, p. 4909-4918, 2021. Disponível em: <http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/disparidades-raciais-uma-analise-da-violencia-obstetrica-em-mulheres-negras/17356?id=17356>. Acesso em 24 set. 2022.

HOPIA, Hanna; LATVALA, Eila; LIIMATAINEN, Leena. Reviewing the methodology of an integrative review. Scandinavian journal of caring sciences, v. 30, n. 4, p. 662-669, 2016. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27074869/>. Acesso em 24 set. 2022.

MAIA, J. S. et al. A mulher diante da violência obstétrica: consequências psicossociais. Rev Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, v. 11, p. 07-11, 2018.

MOURA, Taciana Brito de et al. Ações de enfermagem para o manejo adequado e humanizado da gestante adolescente primária na admissão e pré-parto do centro obstétrico. 2012.

NAGAHAMA, Elizabeth Eriko Ishida; SANTIAGO, Silvia Maria. A institucionalização médica do parto no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 10, p. 651-657, 2005. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232005000300021&script=sci_arttext>. Acesso em 24 jul. 2020.

OLIVEIRA, Sonia Maria Junqueira V. de; MIQUILINI, Elaine Cristina. Freqüência e critérios para indicar a episiotomia. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 39, p. 288-295, 2005. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0080-62342005000300006&script=sci_arttext>. Acesso em 23 jul. 2020.

OLIVEIRA, Beatriz Muccini Costa; KUBIAK, Fabiana. Racismo institucional e a saúde da mulher negra: uma análise da produção científica brasileira. Saúde em Debate, v. 43, p. 939-948, 2019. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0103-1104201912222>. Acesso em 17 set. 2022.

PALHARINI, Luciana Aparecida; FIGUEIRÔA, Silvia Fernanda de Mendonça. Gênero, história e medicalização do parto: a exposição “Mulheres e práticas de saúde”. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 25, p. 1039-1061, 2018.

PEREIRA, Gabriela Feitosa. Violência obstétrica: uma perspectiva de raça e classe social. 2018. Disponível em: <https://bdm.unb.br/handle/10483/25572>. Acesso em 17 set. 2022.

PORTO, Celmo Celeno. Semiologia médica I Celmo Celeno Porto; co-editor Arnaldo Lemos Porto. - 7. ed.- Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Acesso em 22 de set. de 2022.

RODRIGUES, Luciana. Negra de pele clara: embranquecimento e afirmação da negritude no Brasil. Revista Estudos Feministas, v. 30, 2022. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/ref/a/nRQkM4Vs7WSVX4TF6tdxhBt/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em 24 set. 2022.

SANTOS, Fernanda Soares de Resende et al. Os significados e sentidos do plano de parto para as mulheres que participaram da Exposição Sentidos do Nascer. Cadernos de Saúde Pública, v. 35, 2019. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/csp/a/FrXHFqx57JpZBsFV5Xdt3jB/?lang=pt#:~:text=Por%20meio%20da%20constru%C3%A7%C3%A3o%20do,seus%20direitos%20sexuais%2Freprodutivos%20e>. Acesso em 24 set. 2022.

SANTOS, Vanessa Cedraz et al. Violência Obstétrica na Perspectiva de Raça/Cor: Uma Revisão Integrativa. Rev Paul Enferm [Internet], p. 31, 2020. Disponível em: <https://repen.com.br/revista/revista-paulista-de-enfermagem-repen>. Acesso em 03 nov. 2022.

SARTIN, Jeffrey S. J. Marion Sims, o pai da ginecologia: herói ou vilão? Southern Medical Journal , vol. 97, n. 5, maio de 2004, p. 500+. Disponível em: <https://go.gale.com/ps/anonymous?id=GALE%7CA117989873&sid=googleScholar&v=2.1&it=r&linkaccess=abs&issn=00384348&p=AONE&sw=w>. Acesso em 23 jul. 2020.

VENDRÚSCOLO, Cláudia Tomasi; KRUEL, Cristina Saling. A história do parto: do domicílio ao hospital; das parteiras ao médico; de sujeito a objeto. Disciplinarum Scientia| Ciências Humanas, v. 16, n. 1, p. 95-107, 2015. Disponível em: <https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/disciplinarumCH/article/view/1842>. Acesso em 28 fev. 2020.

Downloads

Publicado

2023-06-01

Como Citar

1.
Silva Fagundes C, de Souza Marques EF, Santos Souza I, dos Santos Souza L, de Oliveira Souza Tourinho L. Violência obstétrica e a subjugação feminina: uma análise a partir da interseccionalidade gênero, raça e classe social. REBESBE [Internet]. 1º de junho de 2023 [citado 19º de setembro de 2024];1(2). Disponível em: https://rebesbe.emnuvens.com.br/revista/article/view/23
Loading...