Profissionais médicos negros no Brasil: obstáculos e desafios
DOI:
https://doi.org/10.29327/2335218.1.2-18Palavras-chave:
Medicina, Racismo institucional, População negraResumo
O período escravocrata teve influência na estrutura social no Brasil. Pós-abolição os negros não tiveram nenhum plano de ação para inserção no mercado de trabalho. O difícil acesso à educação foi crucial para que os negros permanecessem sem muitas oportunidades de mobilidade educacional e social. Aos profissionais da área da saúde ainda se depara com o racismo institucional. Questiona-se, portanto, onde estão os profissionais médicos negros no Brasil? O objetivo do estudo foi discutir sobre as dificuldades enfrentadas pelos profissionais médicos negros e identificar ações mitigadoras do problema enfrentado no trabalho. Para fundamentar a discussão, apresentam-se debates teóricos e perspectivas de mudanças para o problema do racismo enfrentando pelos negros na medicina no Brasil. A invisibilidade destes profissionais é um dos pontos retratados, bem como a falta de estrutura no ambiente familiar e acadêmico. O racismo enfrentado é discutido como um dos pontos que fragilizam o indivíduo no campo profissional e na graduação, influenciando inclusive na autoestima do negro que se dispõe a atuar na área médica. Algumas ações vêm sendo idealizadas a fim de deixar mais próximo os médicos negros e seus pacientes, como o desenvolvimento de plataformas voltadas para o acesso de pacientes a profissionais médicos negros e especialistas voltados para doenças de maior ocorrência na assistência integral à saúde negra. São necessárias políticas públicas capazes de criar condições igualitárias na formação do profissional médico, com acesso ao ensino de qualidade e a luta dos professores e gestores quanto ao racismo reproduzido no ambiente escolar.
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