Aporofobia: Um desafio no Sistema Único de Saúde
DOI:
https://doi.org/10.29327/2335218.1.2-12Palavras-chave:
Miséria, Pobreza, Saúde, Preconceito, SUSResumo
Pessoas consideradas “pobres” são constantemente vítimas de preconceito, discriminação e violências devido unicamente à sua condição econômica. A necessidade de conhecer a fundo essa realidade, para então combatê-la, resultou na criação do termo aporofobia, definido de forma literal como “aversão aos pobres”. Essa prática permeia o cenário social em todas as regiões do país, podendo influenciar diversas esferas da vida do indivíduo. A Atenção Primária à Saúde (APS) é o primeiro nível de atenção em saúde, considerada a porta de entrada do SUS. Portanto, é imprescindível que esses locais e seus profissionais estejam preparados para atender a todos sem discriminação, seguindo o princípio da universalidade. Entretanto, o que se observa é uma grande dificuldade de acolhimento a pessoas pobres nesses ambientes. Objetivo: Relacionar o conceito de aporofobia com as barreiras impostas no acesso universal à saúde por pessoas pobres e elucidar a necessidade de levar conhecimento sobre o tema à população. Método: Revisão sistemática em bases eletrônicas, utilizando-se: PubMed, Scielo e Google acadêmico. Optou-se por uma análise de caráter qualitativo e como critérios de inclusão, foram escolhidos artigos científicos em português sobre aporofobia na área da saúde, publicados no período de 2019 a 2022 Resultados: Observou-se que a aporofobia afeta diretamente o acesso ao sistema de saúde público (SUS). Sendo assim, pessoas pobres encontram-se fora da linha da parcela “normal” da sociedade civil, tendo como agravante o reconhecimento por parte dos próprios agentes executores do preconceito. Conclusão: Os estudos mostraram que de fato o ato preconceituoso está intrínseco na propedêutica das esferas sociais, tendo como possível solução a criação e efetivação de políticas de acessibilidade, sendo o acesso à informação o passo inicial para tal.
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